quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A Corte Vermelha

Sem dó, mil caudas vermelhas desciam a colina prontos para acabar com o inimigo que se encontrava em menor número e, aparentemente, em completa desvantagem. E as aparências os levavam a acreditar na vitória mesmo sem seu general supremo. O exército em maior número esperava ter uma vitória fácil mas não foi o que viram . Surgindo atrás deles, uma grande nuvem negra toma toda a colina, engolfando o imenso exército que em um brandir de espada estava todo aniquilado. A grande sombra toma forma de um gigantesco dragão. Ela já sabia que não estava de passsagem e que todos os esforços eram inúteis contra a  Sra. Sombria. Nada podia escapar a seu ultimo ataque. Então como o rugido dos trovões a Grande Sra. Sombria se faz ouvir e todos aprisionados em suas grandes garras que ainda estavam vivos morrem ao ouvir sua voz. “A Matriarca é soberana e detentora dos Corações, e ninguém que rasteje esta longe de seu jugo. Ela sentenciou á morte todos que se voltarem contra a sua vontade e eu estou aqui para puni-los. Aqueles que estiverem com a Matriarca serão poupados e seus corações serão lavados com a verdade! E nada será sobreposto a verdade para todo o sempre!”. Muitos gritaram e gemeram em agonia e mesmo assim encontraram seu fim. Dentre eles o mais perverso dos corações encontrou a verdade e teve sua vida consumida entendendo que estava no lugar certo na hora certa. Viu tudo e sentiu tudo, entendeu que não existia vida fora dos braços da mãe. Entregou sua vontade às garras da  Sra. Sombria e ao abrir os olhos encontrou a verdade.


- Levem ele daqui! Eu quero que vocês arranquem sua pele, e depois o tragam à minha presença; eu tenho um presente para ele. Agora podem sair da minha frente!
Furioso Kin Ram agora levanta seu olhar ao restante dos guardas. Este olhar congela seus corações. Nunca o viram tão enlouquecido; sua cólera escorria pelas presas à mostra no canto de sua boca; o som do ranger dos dentes fazia as paredes de seu castelo tremerem como se a própria rocha acompanhasse o movimento demente de sua mandíbula. Então ele dá um sorriso irônico à sua filha.
-Minha querida filha, eu preciso saber por que você falhou em sua missão? Quero que me diga por que tenho que... ser privado de meu desejo? Dei à você tudo que pediu e um simples gracejo não me foi atendido. Nunca em minha vida eu fui privado de meus prazeres. Agora, aqui esta você com seu pescoço a mostra esperando que eu a poupe como se por ter meu sangue eu devesse ter piedade de seu fracasso. Isso não a torna minha predileta, este sangue deve ser honrado com a vitória não ... nunca... jamais vou perdoar sua falha. Você mais que qualquer um que ainda respir... você nunca deveria falhar!
O rosto de Fem mostrava um desespero que nunca havia sentido antes. Seus olhos ardiam como fogo ao ver a rosto de ódio do pai, mas mesmo assim ela agradeceu por sua vida. Agora Fem Kin Ram tinha que  usar seu bom senso como se sua vida dependesse disso, e na verdade dependia.
-Meu senhor, eu fui ludibriada! Convencida a retornar apenas com meu prisioneiro! Todo meu exercito foi destruído antes mesmo que pudessem levantar suas armas.A própria Sra. Sombria estava lá ao lado deles. Ela finalmente tomou seu lado. Mas antes que eu continue, quero entregar ao senhor um segundo troféu...
De baixo de sua cota de malha ela retira um coração ainda pulsante dentro de uma esfera de energia.
- Aqui esta, meu Sr. Divino Mestre Kin Ram. Uma prova da devoção de sua general mais dedicada! Minha prova maior da estima e subserviência a vossa presença divina! Eu entrego o Coração Vermelho! Algo que valha a vida de sua filha, o terceiro dos corações da Matriarca. Foi difícil, mas eu precisava agradá-lo depois de minha trágica empreitada, meu Divino Sr. – E enquanto ela fala, ele começa a sorrir, e ela sabe que isso não é um bom sinal... -. Agora é seu o destino de todos os Vermelhos! Sua vitória ainda pode ser conseguida se sua general ainda estiver de pé a seu lado divino. Eu suplico por sua misericórdia! A Matriarca ainda será meu presente mais valioso ao Sr., Divino Mestre Kin Ram.
Kin Ram toma o coração em suas próprias garras e o ergue aos céus.
- Finalmente os vermelhos estão fora da sina da Matriarca. Agora não mais há destino em nossas linhas vitais. Kin Ram, o “Deus Vermelho”, libertou vocês do final trágico da patética Matriarca! Todos vocês agora devem suas vidas a mim e cada coração imortal está ligado ao meu coração. Nunca mais nascerá um dragão vermelho que não descenda de minha própria linhagem. Todos nesta sala agora devem suas vidas a mim e a minha vontade! Este dia está para vocês como o primeiro dia de vossas vidas! Vejam meus irmãos, eu tenho o destino de todos em  minhas mãos! Levarei os Dragões Vermelhos a sobrepujar todos os outros dragões! Os filhos deles terão medo de enfrentar os Vermelhos e se curvarão em vossa presença!
- Agora... Olhando pra você, minha filha, o seu destino sempre me pertenceu. Não tolero falhas! Você falhou! – E então ele sorri. E é quando eles sabem que não existe perdão. - E... como um ultimo ato de devoção... vou tirar sua vida.  Servirá de exemplo a todos que aqui se agraciam com minha presença. Quero que seu sangue esteja para sempre entre meus tesouros... E se assim eu o fizer, um dia a trarei de volta à vida, e uma vez mais estará a meu lado...

Fen Kin Ram, a líder do exército vermelho, filha do Deus Vermelho, Executora do Reino de Cobre, a ultima herdeira viva, viajante dos planos, nascida em Faerun encontraria seu fim em Endor. Mesmo assim não partiria em desonra para com seu Deus. Neste momento ela teve certeza de sua escolha e sabia que era a melhor escolha que poderia ter feito diante da corte vermelha. Fen Kin Ram deitou-se no chão do altar de cobre e antes que encontrasse seu fim como mortal novamente, finalmente se sentia livre. Como se os poucos momentos em que esteve fora da fortaleza de cobre e na presença do inimigo fossem os melhores momentos de sua longa vida. Quatro mil anos de escravidão foram encerrados em um poderoso golpe desferido por seu Pai... Não mais seu Deus...

Já faz muito tempo que não se vê tantos Vermelhos reunidos na cidadela de Cobre. Do lado de fora o céu torna-se vermelho escarlate diferente de todos os entardecerem em Ren Camir ou “NOVA CORMIR”. O mundo lá fora agora sabe que tudo esta mudado. Que  os ar agora pertence a um Deus onipotente. Kin Ram o Sr. dos Caudas Vermelhas agora pode governar sem a intromissão de alguém acima dele; nunca mais estar sobre as estrelas da matriarca, livre de um velho juramento realizado na Torre Infinita onde todas as brilhantes mentes  engrenaram uma fábula majestosa.
Uma nova Matriarca nascia recebendo todos os corações em seu peito. Carregando em si o destino de todos os próximos Srs. das oitos cidadelas. Todos dotados do poder da criação gerando novos filhos e servos como uma grande colméia que fabrica suas próprias operárias. Todo este poder e uma única obrigação:Todos em prol da majestosa Matriarca.
Mas agora o céu é vermelho! O coração está livre do juramento. O Deus vermelho abre seu próprio peito e funde seu coração á custa de muita dor. Dor que agora o torna vulnerável mesmo sem saber o preço de sua audácia agora todos os Vermelhos sentem seus peitos dilacerados e por alguns instantes param de bater . Estarão de agora até o dia de suas mortes ligados a mesma sina de um único coração. Se este coração parar de bater toda a raça também encontrará seu fim.
Seu sangue corre por seu peito, um desejo incontrolável toma conta de sua mente; todos os corações agora voltam a bater ao mesmo tempo “tum tum... tum tum...”  mas, por um breve segundo, ele sente o arrependimento que tem um filho que se torna pai e não mais terá a força de quem o possa vigiar e auxiliar seu crescimento, seu amadurecimento... tão rápido quanto seu pensamento este temor se finda e novamente a fúria toma seus pensamentos.
- Retornem às suas tocas fortifiquem seus exércitos, quero todos à minha porta com toda a força que possam organizar. Ren Camir agora é o único lar para toda minha raça; um novo templo será erguido a minha glória e quero tributos à altura de minha importância! Neste castelo devem habitar meus leais seguidores; minha cidade será a casa de vocês e seus tesouros agora devem estar aqui diante de meus pés! Aquele que não retornar com todo o tesouro que possua, será considerado um traidor da raça e pagará com sua vida por esta intolerável ofensa.
Os portões do castelo de Cobre se abrem e corpos colossais alçam vou em direção opostas como cometas marcando o céu escarlate ..
- Eu sou o Deus Vermelho! – Ele caminha até a entrada de seu castelo – Posso sentir cada uma das afortunadas almas que compartilham meu sangue! Sei o que se passa em suas almas! Sei onde estão! O que sentem quando se enfurecem. E recompensarei cada um de vocês em seus esforços e adoração! Agora eu estarei sempre a postos, e não haverá mais mentiras diante de meus olhos, e só eu tenho o direito de derramar o sangue.
O Deus Vermelho emerge do mais alto das construções exigindo da cidade homenagem à sua presença. E imediatamente todos se lançam ao chão em reverência a sua presença!

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